Copa do Mundo
15 May 2018
18:21
A Copa do Mundo de Futebol já toma conta das rodas de conversas
e todos com o desejo muito grande de que o Brasil tenha êxito e seja campeão.
Mas para as empresas essa euforia se mistura com uma preocupação: o que fazer
para que os colaboradores possam participar deste evento assistindo os jogos da
Seleção Canarinho sem prejudicar a produtividade?
Para
o diretor executivo da Bazz Operações em Recursos Humanos, Celso Bazzola,
realmente são necessários cuidados. “A empresa deve se planejar dentro de seus
princípios e valores para que possa oferecer aos funcionários alternativas para
assistir os jogos do Brasil, caso contrário poderá sofrer com a desmotivação,
desgaste da imagem, faltas e absenteísmo”.
Isso
significa que a produtividade da sua equipe poderá diminuir em dias de jogo,
caso não haja planejamento de calendário e ações que visem unir equipes para o
evento. O primeiro passo para empresa é considerar esse fato, ao planejar os
projetos e serviços, calculando as horas ajustadas e evitando assim deixar
prazos e entregas pendentes.
Uma
coisa é certa, dois jogos da primeira fase acontecerão durante horário de
expediente convencional. A estreia será em um domingo, mas o segundo jogo será
em uma sexta-feira, dia 22 de junho, às 9h, e o terceiro jogo, em uma
quarta-feira, dia 27, às 15h.
Se
o Brasil continuar o caminho até o título, serão ainda dois ou três jogos em
horário de expediente, tudo dependerá da posição do país da primeira fase. A
final será em um domingo, assim, se ganharmos esse jogo teremos apenas um
gostoso clima de ‘ressaca’ e alegria na segunda e com muitos comentários que
devem ser encarado com naturalidade, porém sempre direcionando ao foco da empresa.
Mas,
o que fazer? “As empresas possuem algumas alternativas se quiserem fazer o
recomendável, que é permitir que os funcionários assistam aos jogos. A primeira
é liberar os funcionários durante o dia ou no período do jogo, podendo negociar
ou não essas horas por meio de bancos de horas se houver o acordo. A segunda é
desde já criar um acordo de compensação destas horas de forma antecipada e uma
terceira possibilidade é criar um ambiente corporativo para assistir ao jogo,
explorando o momento para integrar equipes”, explica Bazzola.
Se
a empresa for dar a folga sem negociar a compensação das horas, terá que arcar
com esse custo. Mas, se desenvolver um plano e calendário de compensações é
preciso estabelecer e formalizar um acordo, estabelecendo um banco de horas ou
compensações diárias para a reposição, isto é, períodos de trabalho um pouco
mais extensos durante a semana.
“O
ideal é que a empresa estabeleça esse critério com antecedência, para que todos
já tenham atingido a compensação antes dos jogos, caso contrário, imagine a
desmotivação se o Brasil não avançar em seus objetivos e o funcionário ainda
ter que trabalhar até mais tarde. Outro ponto é estabelecer regras claras,
pois, se tiverem que voltar ao expediente depois, sempre terão torcedores que podem
ingerir bebidas como aquela cervejinha, coisa que não combina com o trabalho”,
explica o diretor da Bazz.
Ele
ressalta que nem todos gostam de futebol, assim é preciso buscar o entendimento
comum sobre o tema, evitando que um momento que seria para curtição se torne em
um problema, o bom senso deve ser prioridade nas relações e o respeito às
individualidades também, sem perder o foco dos objetivos e um deles é “ambiente
leve e integrado”.
“Uma
alternativa que me agrada bastante são as empresas que se estruturam para
proporcionar aos colaboradores assistirem os jogos internamente na empresa,
seja em uma área coletiva dentro da empresa ou em espaço externo, pois pode
proporcionar, quando bem aplicada, uma maior proximidade de todos e melhoria do
ambiente, o que podemos considerar como uma forma de integração”, orienta Celso
Bazzola. Mas, mesmo essa ação necessita muitas preocupações prévias, para que
não se obtenha resultados inversos aos esperados, tudo é uma questão de
informar as regras.
“Se
for criar essa estrutura é fundamental pensar com antecedência, para não ficar
a mercê de imprevistos, como a falta de equipamentos como uma TV de qualidade.
Outro ponto é proporcionar um ambiente com descontração, mas tomando sempre
cuidado com os ânimos, que se alteram nestes momentos. Nesses casos acho muito
arriscado a liberação de bebidas alcóolicas, mesmo que fora da empresa, as
chances de problemas serão muito maiores, além de se cumprir o papel
politicamente correto e a da segurança de seus profissionais”, alerta.
Independente
da opção da empresa, uma coisa é clara, a decisão do que fazer já deve ser
pensada e planejada antecipadamente, pois o planejamento fará toda diferença
nessa hora no motivar ou desmotivar os colaboradores. “Entendo que essa pode
ser uma grande oportunidade para que se faça a integração de equipes e a
empresa demonstre o quanto está atenta aos acontecimentos informais fora de seu
core” comenta Bazzola. Além disso, se o Brasil for para final, não será motivo
para prejuízo, apenas para alegria.
*Celso Bazzola é consultor em recursos humanos e
diretor executivo da BAZZ Estratégia e Operação de RH