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Saúde
Panorama

18/11/2020

Tocantins é o estado com maior percentual de motoristas que dirigiram após beber, revela pesquisa do IBGE

A pesquisa também revela a proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade com consumo abusivo de álcool nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa. Tocantins registrou 20,5%, maior índice da região Norte e o 4º maior do país.

Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 31,4% dos motoristas tocantinenses conduziram carro ou motocicleta após o consumo de bebida alcoólica. O resultado do Tocantins foi quase o dobro da média nacional (17%) e o maior registrado entre as Unidades da Federação, seguido do Maranhão (27,4%) e Sergipe (25,7%).

No recorte por sexo, a proporção de mulheres motoristas que dirigiram após o consumo de álcool foi de 13,8%. Já entre os homens condutores, o percentual chegou a 37,7%. Na comparação por idade, adultos de 25 a 39 anos apresentaram a maior proporção (34%), seguidos por adultos de 40 a 59 anos (31,7%), enquanto idosos de mais de 60 anos tiveram a menor (22,1%).

A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 aborda em seu 4º volume a percepção do estado de saúde, estilos de vida, doenças crônicas e saúde bucal da população. O levantamento também inclui dados sobre hábitos alimentares, atividade física, diabetes e depressão, e foi realizado em convênio com o Ministério da Saúde.

O consumo de bebida alcoólica, sinaliza a pesquisa, é um dos maiores fatores de risco para a população, sendo considerado uma das principais causas de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), bem como dos acidentes e violências. Apesar disso, para uma parcela significativa dos tocantinenses se tornou hábito.

Conforme os resultados, 21,4% da população adulta afirmou ter bebido semanalmente em 2019. Esse foi o maior percentual registrado entre os estados da região Norte. Na comparação por sexo, a proporção de homens tocantinenses que tinham o hábito de consumir bebida alcoólica ao menos uma vez por semana era de 31,1%, superior ao observado entre as mulheres (12,1%).

No comparativo por faixa etária (ambos os sexos), a maior proporção de pessoas que beberam pelo menos uma vez na semana foi de jovens de 18 a 24 anos (29,2%), seguida de perto por adultos com idade entre 25 a 39 anos (28,3%) e 40 a 59 anos (20,7%). Apenas 6,8% dos idosos de 60 anos ou mais consomem bebida alcoólica no Tocantins semanalmente, a faixa com o menor resultado.

A pesquisa também revela a proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade com consumo abusivo de álcool nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa. Tocantins registrou 20,5%, maior índice da região Norte e o 4º maior do país. A ingestão abusiva de bebida alcoólica também foi mais elevada entre os homens (30,2%) do que entre as mulheres (11,1%).

Tabagismo
O resultado da PNS 2019 mostra que 12,8% da população adulta do Tocantins consumiu produtos derivados de tabaco, fumado ou não fumado, de uso diário ou ocasional. Esse foi o 2º maior resultado da região Norte, já que o Acre registrou a maior taxa (15,1%). Assim como o álcool, a proporção também é maior entre os homens tocantinenses (17,6%) do que entre as mulheres (8,1%). Na comparação entre os grupos de idade, o maior índice foi na faixa etária de 40 a 59 anos (15,1%), e o menor, na de 18 a 24 anos (8,0%).

Outro dado que chama a atenção na pesquisa: quanto maior o nível de escolaridade, menor a proporção de tabagistas. A faixa com o índice mais elevado é a de pessoas sem instrução/nível fundamental incompleto: 20,4%. A proporção vai diminuindo: para 12,4% na faixa de pessoas com fundamental completo e médio incompleto, até chegar a 7,3% para médio completo/superior incompleto e a 4,0% entre pessoas com nível superior.

Segundo Gustavo Geaquinto Fontes, analista do IBGE, o maior acesso à informação e às campanhas de conscientização desta faixa é fator preponderante. Ele também acrescenta que na categoria de escolaridade de nível superior, “há mais pessoas que trabalham em empresas maiores ou ambiente onde é proibido fumar”.

Estilo de vida
Como novidade, em consonância com as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira de 2014, a PNS 2019 investigou o consumo de alimentos ultraprocessados, além daqueles indicadores marcadores da alimentação saudável e não saudável já monitorados. A proporção de pessoas com mais de 18 anos que consumiram cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados no Tocantins foi de 10,8%. Entre os homens o percentual ficou em 11,1% e entre as mulheres, 10,6%.

Já o percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade que tiveram o consumo recomendado de frutas e hortaliças no estado foi de 11,9%. As mulheres (16,3%), em média, consumiam mais estes alimentos do que os homens (7,3%). O consumo de frutas e hortaliças mostrou aumento com o grau de escolaridade, registrando 7,9% na faixa de pessoas sem instrução/nível fundamental incompleto e 25,4% entre aquelas com superior completo.

Na PNS 2019, 31,4% dos homens tocantinenses com 18 anos ou mais praticaram o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto para as mulheres este percentual foi de 29,6%. No mesmo período, a média geral foi de 30,5%.

Da população de adultos, 42,1% foram classificados como insuficientemente ativos – ou seja, pessoas que não praticaram atividade física ou praticaram por menos do que 150 minutos por semana considerando os três domínios: lazer, trabalho e deslocamento para o trabalho. No estado, 51,5% dos adultos eram fisicamente ativos no trabalho. A frequência dos homens para este domínio foi de 61,7%, enquanto das mulheres foi de 37,9%.

Na categoria das atividades domésticas, estimou-se que 17,3% dos adultos tocantinenses praticavam atividade física por no mínimo 150 minutos semanais, tais como faxina pesada ou atividades que requerem esforço físico intenso. Este indicador mostrou-se concentrado no público feminino: 22,9% entre as mulheres, contra 11,5% entre os homens.

Doenças Crônicas
A PNS 2019 estimou que quase metade (49,2%) da população tocantinense com 18 anos ou mais de idade havia recebido diagnóstico de pelo menos uma das doenças crônicas investigadas por essa edição da pesquisa. Cerca de 22,5% referiram ter hipertensão arterial e 6,3% diabetes. As mulheres (6,6%) apresentaram maior proporção de diagnóstico de diabetes que os homens (5,9%).

De acordo com o estudo, 14,9% tiveram diagnóstico médico de colesterol alto. As mulheres também apresentaram proporção maior nesse quesito (19,7%) do que os homens (10,0%). Já 5,5% receberam diagnóstico médico de alguma doença do coração. Observou-se que 19,5% dessas pessoas com doença cardíaca já haviam se submetido a alguma cirurgia de ponte de safena, colocação de stent ou angioplastia.

A PNS apurou que no Tocantins 4,1% dos adultos tinham diagnóstico médico de asma (ou bronquite asmática), 1,7% de câncer, 6,6% de artrite ou reumatismo, 24,8% de problema crônico de coluna e 6,6% de depressão. Desses, 16,8% faziam psicoterapia e 32,2% usaram medicamentos para a doença nas duas últimas semanas anteriores à pesquisa. Verificou-se que havia uma maior prevalência desta doença sobre pessoas do sexo feminino, 10,4% das mulheres, contra 2,7% dos homens. A faixa etária com maior proporção foi a de 65 a 74 anos de idade (9,3%), enquanto o menor percentual foi obtido na de 18 a 29 anos de idade (4,1%).

Dados da capital
O estudo aponta que 22,6% dos palmenses maiores de 18 anos tinham o hábito de consumir bebida alcoólica uma vez ou mais por semana e 9,2% consumiram produtos derivados de tabaco em 2019. Já 25,9% dos motoristas da capital chegaram a conduzir carro ou moto depois de beber. Esse percentual foi o maior entre as capitais da região Norte e o 2º mais elevado do país.

Em relação ao estilo de vida: 33,2% dos palmenses com 18 anos ou mais de idade estavam insuficientemente ativos (sedentários) e 40,2% praticavam o nível recomendado de atividade física no lazer. Apesar disso, cerca de 44,9% possuem pelo menos uma doença crônica e Palmas é a capital da região Norte com os maiores percentuais de adultos com diagnósticos de depressão (8,3%), hipertensão arterial (19,0%), doença do coração (4,9%) e diabetes (7,0%).

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