Entretenimento
23 Mar 2018
16:03
alterado em 06/04 às 13:20
Diego Bresani
O que representa viver com um
corpo que perde capacidades e, ao mesmo tempo, ganha sabedoria com o acúmulo
das experiências vividas? Como aceitar ou lutar com o fato de que quando
estamos mais prontos para a vida é quando nosso corpo mais precisa de trégua? A
intuição da morte, a perda da memória, a fragilidade física, a solidão, mas
também o afeto, o companheirismo, a serenidade, permeiam, entre outras
questões, uma atmosfera onde o tempo é sentido por meio da dilatação e da
contemplação, e onde a velhice é revelada em sua dureza e em sua doçura.
Abordando o assunto, o espetáculo de
teatro-dança 'Fio a Fio', com Giselle Rodrigues e Édi Oliveira, ganha três
apresentações em Palmas, do dia 23 a 25 de março, no Teatro Sesc, com ingressos
a preços populares.
Na capital do
Tocantins serão duas apresentações para o público em geral, dias 24 e 25 de
março, no sábado às 20 horas e domingo às 19 horas, com bilheteria a preços
populares: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Na sexta-feira, 23, o projeto é
voltado para a formação de platéia, sob a mediação do arte-educador brasiliense
Glauber Coradesqui. Esta sessão será gratuita e direcionada a alunos de escolas
e universidades públicas, grupos de idosos e de pessoas surdas.
Todas as apresentações serão seguidas de um
bate-papo com os artistas. Está previsto ainda, no sábado pela manhã, um
encontro dos diretores e intérpretes do espetáculo, Giselle Rodrigues e Édi
Oliveira, com artistas locais possibilitando uma troca de experiências. Todas
as atividades contam com uma intérprete em libras, ampliando e viabilizando o
acesso de surdos.
A temática da peça nasceu durante
sessões de improvisação abertas que os artistas vinham realizando como parte
de uma pesquisa sobre processo de criação. Foi surgindo nos dois o desejo de
falar sobre como e quando se começa a envelhecer, quando o corpo começa a não
realizar atividades que antes eram simples.
"Meu próprio corpo é reflexo
disso. Voltar a dançar, após vinte anos fora dos palcos, período em que atuei
como diretora e coreógrafa, foi uma redescoberta e um aprendizado sobre esse
novo corpo, que também envelhece a cada dia”, explica a coreógrafa e
pesquisadora Giselle Rodrigues, que dirige a companhia BaSiraH, em Brasília.
No palco, elementos do teatro e da dança se
fundem resultando numa dança contemporânea mais dramática e teatral. A
coreografia ampliada pela oralidade. O verbo em corpo mais potente. “Desde o
princípio do processo, buscamos dar ênfase a uma composição que primasse pelo
detalhe, pela sutileza e pela abordagem poética de pontos difíceis e até
tabus sobre o processo de envelhecer. Como contraponto, procuramos dar uma
poeticidade surgida de um trabalho com a palavra que nasceu do improviso,
gerando textos presentes no espetáculo”, afirma Édi Oliveira.
Concebido e interpretado por Giselle Rodrigues e Édi Oliveira , o espetáculo
estreou em outubro de 2015 no Teatro SESC Garagem, em Brasília. Em 2016
participou de dois festivais no Brasil: Festival Brasileiro de Teatro - XVIII
Edição (RJ) e o Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro de
Brasília (DF). Participou, ainda em 2016, da Mostra Prêmio SESC do Teatro
Candango, na qual foi premiado em 6 categorias: melhor espetáculo, melhor
direção e melhor atriz, entre outras. Em agosto de 2017, participou, como
convidado, da XVI Edição do Festival de Danza Contemporanea de Costa Rica e do
Festival do Teatro Brasileiro em Belo Horizonte (MG).
Serviço:
Fio a Fio, espetáculo de teatro-dança, com Giselle
Rodrigues e Édi Oliveira
Onde: Teatro SESC Palmas (Quadra 502 Norte, Av.
LO 16, Lt. 21-A)
Quando: Dia 23/3*, às 16 horas - Sessão
gratuita de formação de platéia (*para público específico)
Dias 24 e 25/3, sábado às 20h e domingo às 19h
Ingressos: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia)
Classificação indicativa: Não recomendado para
menores de 12 anos Ingressos: na bilheteria do teatro ou pelo site www.sympla.com
O espetáculo é patrocinado pela Petrobras