Ponto de vista
07 Oct 2019
Por Tatiana Costa Martins, psicopedagoga, orientadora educacional no município de Palmas, mestranda em Ensino de Ciências e Saúde UFT.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6950352355955961
Tantos assuntos alicerçam a vida cotidiana que falar de si pode soar, por vezes, displicente nos diálogos rotineiros, a não ser, é claro, que atentamente percebam-se as nuances de cada ser para consigo, sem de fato estabelecer uma visão narcisa de todas as dimensões da vida (uma primeira contradição?). Durante a leitura o êxito estará na opção de cada leitor.
Na era tecnológica, o devir político, moral, sexual e operacional dos sentidos (contradição à vista...) ora toma forma líquida, ora toma forma sólida conservadora, evidenciando de maneira gritante a própria essência humana fundamentada na cognoscência (discorde leitor!). A liberdade do entendimento, que pode prender-se a dogmas ou não, a crenças ou não, ao espírito e/ou razão (há separação?), desafia o sujeito humano a buscar-se no cotidiano e buscar no outro o que não conhece, e que por desconhecimento, por vezes não respeita, ora havendo a consciência do não respeito, ora havendo a consciência da tolerância relativizada pela própria visão de mundo, ora havendo apenas a certeza cega da certeza.
O intelecto garante a capacidade de dissonância, discrepância, disparidade e dualismo, sem que a passagem de uma posição à outra seja trágica ou romântica, sem que o antagonismo seja rotulado como falta de posicionamento. A rigidez do pensamento, embora necessária para o que se estabeleça como verdade (campo essencialmente pessoal), encontra na busca uma forma de escape e de movimento do próprio pensar, sem tornar-se uma ditadura da transformação, por ocorrer naturalmente, e o ser total que tira suas selfs olhando-se no retrovisor com o carro em pleno movimento tem a chance de apropriar-se de cada pensamento.
Na perspectiva de manipulação da estilística, sem o julgo do certo ou errado (se possível for), constroem-se as relações mediadas; e que outra forma haveria ao ser sujeito reconhecer-se social se não nas interações, aceitas ou negadas pelas vicissitudes e espectros. A dinâmica das contradições que pode ser mensurada no valor válido do trabalho abstrato, pode também encontrar escopo no prisma da radicalização que promove a falência das boas ideias, a pura contradição sociopolítica do Éden à atualidade.
Assim, e a estilística leva a uma contrária e nociva ideia de conclusão, desenlear-se das visões totalitárias aceitando-as como passagens de um lugar do pensar ao outro, pode... ou não..., apresentar-se como alternativa para viver as saudáveis relações no devir das contradições, e quem sabe esbarra-se no pilar ruído da tolerância, que não sendo prisão possibilita a cada um a escolha, permeada ou não pelo ato de refletir acerca de si e tudo o que há, sendo este tudo algo inimaginável.